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Saudações!

 


Olá, tudo bem? Apresentando-me: sou Lucélia Borges, baiana, nascida em Bom Jesus da Lapa, e passei a infância e parte de minha juventude em Serra do Ramalho, municípios banhados pelo rio São Francisco. Cresci ouvindo as histórias narradas por minha bisavó, Maria Magalhães Borges (1926-2004), mestra da cultura que nunca teve a dimensão de sua grandeza. Tendo sido criada por ela, chamava-a de Mãe, o que, de fato, ela foi até o dia de sua partida a 10 de outubro de 2004. Durante minha vida dediquei-me a muitas causas: fui coordenadora da Pastoral da Juventude no município de Serra do Ramalho. Também fui uma das fundadoras do Movimento de Mulheres Camponesas no mesmo município e participei ativamente da luta por dias melhores para todas as nossas companheiras, fosse por meio da arte, fosse pela formação política. 

Ingressei em 2002 no curso de Letras com especialização em Língua Inglesa, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB),  Campus VI, em Caetité. Concluído o curso, mudei para São Paulo, onde resido até hoje, sem jamais ter rompido os laços com a Bahia. Tanto que o tema de minha dissertação de mestrado pela Universidade de São Paulo (USP) foi a cavalhada dramática do Médio São Francisco, manifestação cultural que conheci em minha povoação, a Agrovila 07, no já citado município de Serra do Ramalho. Hoje, atuo como xilogravadora, produtora cultural e contadora de histórias. Meu principal parceiro na vida e na arte é Marco Haurélio, reconhecido pesquisador das tradições populares e da literatura de cordel. Nosso filho Pedro Ivo também segue os nossos passos na arte, dedicando-se ao desenho e, eventualmente, à animação.

Xilo-Mulher foi o nome que escolhi para batizar este blog, pois  une duas facetas de meu trabalho: a xilogravura e a abordagem do universo feminino, no cordel e na tradição oral.

Utilizarei, portanto, este espaço para divulgar minha arte e contar algumas histórias. 

Sejam todos bem-vindos ao Xilo-Mulher!


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Olá, pessoal! Desta vez o assunto vai além da xilogravura de autoria feminina e do combate ao machismo e ao apagamento de mulheres xilogravadoras entre pesquisadores e instituições de salvaguarda. O motivo desta postagem é para comunicar que, neste mês de dezembro, depois de muito trabalho, conseguimos registrar o Instituto Cordel sem Fronteiras , do qual estou presidenta pelos próximos quatro anos. Para o primeiro mandato foi eleita, além de mim, Nilza Dias , reconhecida cordelista, defensora de pautas ligadas à diversidade, como vide-presidenta, sendo a diretoria composta ainda por nomes consagrados do cordel e da produção cultural, como Elielma Carvalho , Maria Celma e Paulo Dantas . Uma diretoria com oitenta por cento de mulheres em sua composição, o que só reforça nosso compromisso contra a misoginia, preconceitos de cor e gênero e a exclusão da Literatura de Cordel de feiras e eventos literários. Contamos, nesta etapa de nossa história, com a parceria da Editora Nova Alexand...

Livros que ilustrei

Ithale: fábulas de Moçambique , de Artinésio Widnesse (Editora de Cultura, 2019 A jornada heroica de Maria , de Marco Haurélio   (Melhoramentos, 2019) Moby Dick em cordel , de Stélio Torquato (Nova Alexandria, 2019) Contos Encantados do Brasil , de Marco Haurélio  (Aletria, 2022) O Sonho de Lampião , de Penélope Martins e Marco Haurélio   (Principis/Ciranda Cultural, 2022) O Dragão da Maldade e a Donzela Guerreira , de Marco Haurélio (Palavras, 2023) Muntara, a Guerreira , de Penélope Martins e Tiago de Melo Andrade (Lê Editorial, 2024) Flores do mandacaru - as mulheres no Forró , de Cacá Lopes (Areia Dourada, 2024).  Cordéis antológicos de Bule-Bule. (Nova Alexandria, 2024). Histórias por um mundo melhor , de Costa Senna (Global Editora, 2025).

Rituais da festa de São João Batista

Por: Lucélia Borges/Xilo-Mulher  Procissão de São João na Agrovila 07. Crédito da imagem: Oeste ao Vivo.  Os festejos de São João, na Agrovila 07, em Serra do Ramalho (BA), começam com a levantada do mastro, dez dias antes da data em que se celebra o Santo: o dia 24 de junho. O mastro é pintado com as cores verde, branca e vermelha, tendo no topo uma bandeira e um estandarte com a representação clássica do padroeiro, aquela em que ele aparece com feições de adolescente. Em seguida à fincada do mastro, a bandeira é hasteada, para gáudio dos participantes. Até o início dos anos 2000, toda a preparação ficava a cargo dos irmãos Manelinho e Aurelino Maciel, que integravam também a banda de pífanos, à época já bastante idosos.  A historiadora Mary Del Priore traz uma informação contrastante a respeito da levantada do mastro no período colonial quando a levantada do mastro era feita pelos jovens: “Durante os festejos de São João, [os jovens] ajudavam a erguer o mastro diante ...